Atualmente, no Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado da Bahia (CRMV/BA), são 3.438 médicos-veterinários e 345 zootecnistas (sexo masculino) inscritos, segundo dados do Siscad em 07 de agosto de 2020. Muitos deles são pais e estão com os seus filhos comemorando a data especial.
No oeste do estado, o zootecnista Darlan Paiva de Miranda, passa a data com os filhos Malu, de cinco anos, e Vítor, de três anos e a esposa Talyta.
Pai antenado com o seu tempo, divide os cuidados dos filhos com a mãe: os plantões da enfermeira e as consultorias zootécnicas são marcados em dias alternados para que os filhos sempre possam contar com a supervisão de um dos pais.
Fascinado por tecnologia aplicada à Zootecnia, ele dá assistência a produtores de gado de leite e gado de corte na microrregião de Cristópolis, cidade a 809km de Salvador. Na prática diária, nota que os produtores quando o procuram já sabem o que desejam, pelo acesso fácil das pessoas na troca de informações. Sabem dizer que estão com determinado problema e precisam, por exemplo, que ele formule uma dieta para o rebanho.
Para ele, com tantos avanços como geolocalização para o pasto, cercas elétricas, transferências de embriões, o futuro é hoje. E assim ele cria os filhos: com uma mentalidade aberta, respeitando as diferenças de cada um e estimulando as potencialidades deles “serem o que quiserem ser”, conforme explica. Mas não esconde o desejo de que “gostaria de vê-los, independente do gênero, sendo zootecnista, pois o campo precisa produzir”, explica Darlan.
Alguns profissionais, além de comemorar com os filhos, comemoram com os filhos-colegas: são tão envolvidos com a profissão que influenciaram até na escolha profissional dentro de casa.
Eduardo Ungar, na abertura da II Conferência de Saúde- Nov.2019
Bastante conhecido na comunidade médico-veterinária, principalmente em Salvador, José Eduardo Ungar de Sá, presidente da Comissão Estadual de Saúde Pública Veterinária (Cesp), do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado da Bahia (CRMV/BA), é uma dessas pessoas. Formado na Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia (Emevz) da Universidade Federal da Bahia (Ufba), ele teve a chance de ver a filha Amanda Ungar seguir os mesmos passos, estudar na mesma faculdade e exercer o mesmo ofício. Hoje são “colegas porta-com-porta”, como diz Amanda.
Eduardo Ungar, conta que sempre gostou de animais e ainda pequeno, por volta dos seis anos de idade, via fascinado a série de TV Daktari, cuja estrela era um médico-veterinário (Dr. Tracy) que cuidava da fauna das selvas na África.
Esse interesse pelos animais, acredita, “nasceu comigo” e isso provocou muita dor de cabeça para a mãe, pois “trazia cachorro, cobra e até morcego para casa” querendo adotá-los.
Quando a família morava em Cruz das Almas, todos aconselharam a prestar vestibular para Agronomia, afinal a faculdade de Engenharia Agronômica da Universidade Federal da Bahia (Ufba), hoje pertencente à Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), é naquela cidade. Mas o adolescente não se convenceu com os argumentos e nem se intimidou com as dificuldades em se transferir para Salvador, morar longe dos pais e cursar Medicina Veterinária na Ufba nos anos 1980.
Já com a filha não foi programa de TV: o interesse pela profissão surgiu com convivência diária na clínica do pai.
Deixando transparecer o apreço que sente, ela afirma “meu pai dá um show a cada consulta”. Ver o pai em atuação, e os resultados com os pacientes, fizeram a menina se interessar pela Medicina Veterinária.
Ela conta que “nunca foi algo impositivo”, mas que naturalmente ela foi se inclinando para a mesma atividade paterna.
Hoje Amanda desbrava um campo ainda novo para a maioria das pessoas: a da Medicina Veterinária Integrativa e Funcional. Ela estuda a ação dos alimentos sobre a saúde dos pacientes de quatro patas.
A jovem médica-veterinária defende que a alimentação dos animais volte para os primórdios, tratando a organismo como um todo, usando também os nutracêuticos.
Além de pai, papel que mais lhe dá alegria, Eduardo Ungar também é clínico, é pesquisador em laboratório, é militante na valorização profissional contribuindo com o seu Conselho, é professor universitário e diz sobre encontrar espaço na agenda para tantas atividades: “eu passo o dia fazendo o que gosto, não é trabalho, é minha vida, eu não conseguiria viver fora disso: clínica, Lacen, universidade e família”
Ele não esconde o que o move em tantos campos: “ é o desejo de ver a profissão brilhar. Não quero ser um destaque, quero que todos sejam felizes”.
A filha diz que não entende como o pai consegue otimizar tanto a agenda, pois além dos múltiplos trabalhos, consegue cozinhar para a família e ainda reservar espaço para fazer exercícios físicos.
Além da vocação profissional, pai e filha dividem outra paixão: os cachorros. Hoje a família tem quatro cães, todas fêmeas: Tigresa, Leona , Merida e Pantera. Mas os pacientes felinos ou de outras espécies que chegam à clínica são atendidos com o mesmo amor, relata Amanda.
O pai sempre tentou ensinar tudo a filha, que foi sua estagiária favorita e hoje trabalham lado a lado. Eles trocam ideias e quando percebem que em determinado caso a intervenção ou opinião do outro poderia ajudar ao paciente, não hesitam em fazer conferências privadas sobre o problema.
Tiram dúvidas e encaminham um para o outro os casos mais indicados para prática tradicional (do pai) ou para a integrativa (da filha).
Projetando o futuro, Amanda Ungar revela o desejo de “mais valorização para o médico-veterinário. Não é uma profissão paralela, o veterinário é médico e cuida de todos”, se referindo ao conceito de Saúde Única que engloba a saúde humana, animal e ambiental.
Outra expectativa dela é que as pessoas se dediquem mais à Medicina Preventiva dos seus animais de companhia, “não deixar o animal adoecer para trazer ao médico-veterinário, mas que façam check-ups regulares”.
Eduardo conta que Amanda é “a melhor benção que Deus deu, sempre pedi por ela e Deus atendeu. Agora só desejo que seja feliz”.
Já a filha confessa que “só quero agradecer. Hoje sou o que sou graças ao meu pai e minha mãe. E no Dia dos Pais, destaco que ele é um exemplo de vida, que o mundo não merece ele, é bom demais com as pessoas”.
Na admiração expressa acima pela figura paterna, o CRMV/BA homenageia todos os médicos-veterinários, zootecnistas e seus filhos. Parabéns Pais.
Confira mais homenagens no Instagram e no Facebook oficiais do CRMV/BA.
Ascom CRMV/BA, 09 de agosto de 2020
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