Seminário sobre Esporotricose:  é necessário quebrar o ciclo para evitar disseminação na Bahia, dizem especialistas

Educar a população contra a zoonose é um dos pontos defendidos [...]

Reunindo palestrantes da Fundação Oswaldo Cruz do Rio de Janeiro (FIOCRUZ/ RJ), da CESP/CRMV-BA e da Universidade Federal da Bahia (UFBA),  O Seminário sobre Esporotricose atraiu médicos veterinários, médicos e estudantes da área de saúde durante duas noites (18 e 19 de julho) em Salvador.

Na segunda noite (veja  aqui a matéria da noite de abertura ), a palestra inicial foi proferida pelo MV Aroldo Carneiro (CCZ/SMS), -foto acima- membro da Comissão Estadual de Saúde Pública (CESP) do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado da Bahia (CRMV/BA). Em sua fala, ele elencou as ações que o município de Salvador está tomando para combater o fungo, mas ressalta que, se estes cuidados não forem implantados nas cidades circunvizinhas, a capital baiana vai ter o resultado comprometido.  O médico veterinário disse ainda que as notificações são ainda informais e prestadas por cuidadores de animais.

Na sequência, o MV Sandro Pereira (FIOCRUZ/RJ), relatou as ações de vigilância e controle da esporotricose na cidade do Rio de Janeiro. Ele disse  que entre  1998  a 2000, cerca de 120 gatos  e 05 cães já estavam em tratamento na FIOCRUZ/RJ.

Pereira acredita que todos os setores da saúde devem se unir para um enfrentamento e elogiou o fato do Conselho de Bahia estar entre os realizadores do evento. 

Ele disse que não se sabe ainda a razão do aumento da doença, mas lembra que atualmente, a popularidade do gato como animal de estimação é grande, e brincou “as crianças, principalmente, adoram os gatos, mas nem sempre os gatos adoram as crianças”, se referindo ao fato que essas gostam de apertar carinhosamente o animal.

(slides da palestra do MV Sandro Pereira) 

Na última palestra da noite, o dermatologista (de humanos) Dayvison  Freitas falou sobre a espirotricose humana em geral e detalhou casos específicos que tratou na FIOCRUZ.

 


(Dr. Dayvison, à esquerda,
 minutos  
antes da palestra)

Em seres humanos,  as lesões costumam acompanhar os vasos linfáticos e em casos raros, a doença se dissemina em outros órgãos.

Ele citou que  a medicação pode ser de difícil acesso para as pessoas mais carentes, sendo importante o fornecimento dos remédios, como  ocorre na Fiocruz do Rio de Janeiro.

Perfil

Geralmente, as mulheres de idade entre 40-60 são a maioria dos pacientes, porém, explica o dermatologista, os casos mais graves, que requerem hospitalização, são de homens de  baixa-renda, afrodescendentes e muitas vezes, com histórico de imunodepressão.

Para cortar o ciclo, ele e os demais palestrantes defenderam a implementação de políticas de saúde voltadas para o problema, saneamento básico e  educação.   Não saber o que fazer, disse o médico carioca, provoca casos nos quais o paciente abandona o animal infectado. Além de ser crime o abandono, o animal vai levar o fungo para outras famílias, perpetuando a infestação.

Ao comentar o evento, a presidente do CRMV/BA, pontuou a qualidade dos palestrantes:

“foram compartilhadas informações de alto nível”, avaliou.  Dra. Ana Elisa Almeida  ainda disse que “espero que este seminário resulte em novas atividades de prevenção , controle e combate dessa zoonose”.

Ascom CRMV/BA, 20 de julho de 2018

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